Participação na pesquisa

Convidamos a todos os interessados sobre o tema a participarem no blog enviando comentários sobre suas observações diárias ou eventuais, suas experiências com as árvores da cidade, deixando seu depoimento sobre preferências de espécies, fatos e momentos da vida ligados a esses elementos urbanos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Tipuana

A Tipuana tipu é árvore de grande porte, que produz sombra agradável e flores amarelas que, apesar de delicadas, são bem vistosas. Na época de sua floração, a coloração verde intenso de sua copa é salpicada por manchas amarelas, graças à profusão e aglomeração de suas flores, tornando-a ainda mais ornamental.
Durante algum tempo, encontravam-se algumas referências que afirmavam que a tipuana seria nativa da flora brasileira. Entretanto, hoje se sabe que ela é mesmo originária da Bolívia e do norte da Argentina – chegando, provavelmente, bem pertinho de nossas divisas. Ela é frequentemente utilizada na arborização urbana do sul do Brasil, mas também se encontra muito bem adaptada em nossa paisagem carioca.
O exemplar da foto compõe conjunto significativo no Largo dos Leões, no Humaitá, criando uma ambiência bela e agradável no local, comprovando sua adequação para o uso em áreas públicas da cidade como praças, parques e ruas. A foto em detalhe de sua copa nos permite admirar suas flores um pouco mais de perto.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ipês, ainda e sempre...

Bem, isto mesmo! É com muita alegria e orgulho - trata-se de outra espécie da flora brasileira... - que retornamos aos ipês! Em publicações anteriores, passeamos pela escala cromática que eles festivamente promovem na cena carioca, e agora, chamamos a atenção para a impactante floração do ipê-branco. Como ocorre com várias florações intensas, esta também apresenta um caráter transitório. Recomenda-se, portanto, não adiar a apreciação de um exemplar em flor, deixando para o dia ou semana seguinte, pois ele poderá não estar mais em seu auge.

Esta espécie - Tabebuia roseoalba - vem fechar, e com chave de ouro, a “temporada de ipês”, que começou no inverno, alternando na paisagem, durante este período, cores variadas como rosa, roxo e amarelo.  Com porte médio a grande (chega a em torno de 10 metros de altura), mas esguio, esta árvore tem flores brancas, com leves tons amarelados em seu interior, como mostra o detalhe da foto, ocorrendo naturalmente nas matas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. O ipê-branco em destaque, fotografado na Ilha do Fundão, é um exemplar jovem, e deverá ainda crescer para atingir sua estrutura e porte característicos, mas já apresenta uma bela floração.  



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Outubro Rosa

Com o mês de outubro chegando ao fim, homenageamos o movimento mundial conhecido como Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama, de suma importância para o diagnóstico precoce e a conscientização do cuidado com a saúde da mulher. A paisagem da cidade atuou como um cenário perfeito para esta importante ação, contribuindo com colorações de rosa fornecidas pela floração de diversas árvores urbanas, como se a natureza deixasse sua cota de participação nesta nobre campanha. Cássias-rosa, ressaltadas em nossa última publicação, sapucaias, extremosas e patas-de-vaca salpicaram a paisagem outonal deste mês em variadas tonalidades desta cor, auxiliadas pelos ipês, protagonistas deste post.
Depois do nativo, que floresceu ainda no inverno, destacamos um ipê-rosa exótico, originário do Caribe, mas que se apresenta bem adaptado aos ares de nossa cidade. A espécie chama-se Tabebuia heterophylla sub pallida, e podemos distingui-la de outras espécies de ipê-rosa ou roxo nativas, pelo tom esmaecido de suas flores. O impacto menor da floração, no entanto, se dá menos em função de sua pálida tonalidade, que pelo fato dela apresentar, frequentemente, uma perda parcial de folhas, diferentemente da maior parte das espécies de ipê, que são mais chamativas por coincidir sua floração com a época da queda total de suas folhas, o que faz com que as copas assumam totalmente a cor de suas flores neste período.



Esta espécie apresenta uma boa resistência ao ar salino, o que indica sua adequação à área à beira mar do Parque do Flamengo, local onde se encontram os exemplares fotografados . Na foto de detalhe, vemos ainda o tom amarelado no centro da flor e seu formato tubular característico.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Cássia-rosa, de novo!

Caros seguidores de nosso blog, não foi possível evitar! Sabemos o que pode significar fazermos o terceiro post de uma mesma espécie em nosso blog, desde sua criação. Assumimos que, desta forma, estaremos amplamente suscetíveis a amáveis críticas de estarmos sendo parciais em nossa observação das árvores pela cidade do Rio de Janeiro. E... bem, não poderemos negar!

Mas, em nossa defesa virão, certamente, não apenas aqueles que compartilham de nossa paixão assumida, mas também, aqueles que se deram repentinamente conta da imponente e ao mesmo tempo, delicada árvore que habita seu espaço cotidiano, ou ainda, aqueles que se surpreenderam com a bela árvore, numa nova experiência arborescente. Preferimos correr o risco de nos tornarmos repetitivos, mas esperamos estar contribuindo ainda, para a descoberta de alguns. Como no ano passado, a floração das cássias-rosa este ano parece estar especialmente luminosa. Assim, fica difícil não termos nossos olhares atraídos pelos tons chamativos de um rosa suave, que, nesta estranha contradição, compõem uma forma majestosa de copa.


O destaque que trazemos para este post não é de um exemplar único, como nos anteriores. É de um harmonioso conjunto que viceja na rua Miguel Pereira, no Humaitá. Ao longo da via, por entre algumas outras espécies arbóreas, as cássias-rosa predominam na paisagem. Suas pequeninas flores respingam graciosidade pelo chão, aquarelando o concreto. A espécie – Cassia grandis – ocorre naturalmente nas florestas, da Região Amazônica ao Pantanal Matogrossense. Durante a floração, que acontece entre os meses de setembro e novembro, a árvore perde parcialmente suas folhas, o que reforça o impacto da coloração rosa de sua copa nesta época.





terça-feira, 20 de maio de 2014

Figueiras monumentais

Um destaque na paisagem urbana são as árvores monumentais, muitas vezes centenárias, que impactam a cidade com suas formas exuberantes, troncos robustos e galhos penetrantes. O Rio de Janeiro possui muitas árvores com estas características. Elas devem ser “descobertas” e valorizadas, para que sejam preservadas. São árvores que merecem cuidados especiais, pelo acúmulo de tempo que sua grande estrutura denuncia. São testemunhas da paisagem e suas transformações, fazem parte da história da cidade.

  
Várias espécies de figueiras são árvores de grande porte, que quase sempre, quando mais antigas, tornam-se monumentais. O destaque de nosso post é uma Ficus religiosa, situada na rua Corcovado, no Jardim Botânico. Ela compõe um espaço peculiar e convidativo sob sua copa, um verdadeiro convite para desfrutá-la. É quase impossível apreciá-la sem imaginar como deveria ser o espaço a sua volta há décadas atrás... E você, já reparou em alguma árvore monumental na nossa cidade? Escreva para a gente, quem sabe ela não vira um post aqui no nosso blog?

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Quaresmeira

Alguns dias depois da Páscoa, trazemos como destaque em nosso blog, não por acaso, uma árvore muito especial de nossa flora brasileira: a Tibouchina granulosa. Seu nome popular – Quaresmeira - nos indica uma de suas características mais marcantes, que é a época em que exibe suas flores roxas, em grande profusão, remetendo ao período religioso cristão da Quaresma, compreendido entre o Carnaval e a Páscoa.

As árvores, como símbolos poderosos, são constantemente escolhidas para a representação de fatos, pessoas, sentimentos e épocas do ano, contribuindo para isso suas características de longevidade, ritmo cíclico, elemento da natureza e verticalidade, entre tantas outras, como ressaltamos no livro Poética das Árvores Urbanas. A floração da Quaresmeira, além de marcar a paisagem em uma determinada época, traz as referências da esperança do renascimento, com sua intensa floração.  
Apesar de ser uma árvore relativamente conhecida pelas pessoas e de vicejar naturalmente nas florestas fluminenses, vemos pouco a sua utilização nos espaços públicos de nossa cidade. Entretanto, as manchas roxas que surgem na Mata Atlântica de parte do sudeste brasileiro, na Quaresma, sinalizam a presença desta encantadora árvore.
Entre os raros exemplares de Quaresmeira em áreas públicas da cidade do Rio, registramos este, situado no bairro do Jardim Botânico, de pequeno porte, ainda em estágio de desenvolvimento. A partir deste post, fica aqui nosso protesto e pedido para que tenhamos mais Quaresmeiras na cidade!


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Árvore Cotonete

Esta arvoreta costuma chamar atenção pela forma particular de suas flores, que, quando em botão, lembram... cotonetes, como seu nome popular bem aponta. A espécie é do gênero Clerodendron (Clerodendron quadriloculare), o mesmo de algumas trepadeiras frequentemente utilizadas em paisagismo como a lágrima-de-cristo e o clerodendro vermelho.  Já a cotonete, não é muito comum de ser vista pela cidade.



Originária das Filipinas, tem porte pequeno, podendo chegar a aproximadamente 6 metros. Há um belo exemplar desta espécie no Sítio Roberto Burle Marx, em Barra de Guaratiba, bem desenvolvido. As imagens de nosso post são de uma árvore na rua Prof. Álvaro Rodrigues, em Botafogo, ainda em crescimento. Sua época de floração é indicada para os meses de inverno, mas, no final da primavera, quando foram feitas as fotos, ela ainda se apresentava bem florida.  Filipinas, tema cidade.
frequentemente utilizadas em paisagismo como a l




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Pitangueiras no Parque

Estamos de volta ao nosso blog, depois de um período de férias, e escolhemos uma árvore muito especial e – deliciosa! – para o nosso retorno. É a bela e saborosa – graças a seu fruto – pitangueira! A árvore é de pequeno porte, com galhos e troncos finos e estrutura bastante ramificada. Suas flores são brancas e delicadas, pouco chamativas, mas as pitangas, além do sabor, têm uma aparência muito interessante, com seus pequenos gomos e sua cor, que vai de tons de magenta a vermelho intenso, com a qual se apresentam quando estão mais maduras.
 
 

A pitangueira é uma espécie brasileira, nativa de restinga, ecossistema de áreas próximas ao litoral. Em locais como Paraty e Angra dos Reis, com suas inúmeras ilhas, é possível encontrar grandes extensões cobertas por florestas de pitangueiras, oferecendo um oásis aos seus visitantes, com agradável sombra e festa para os sentidos: é maravilhoso passar pela praia, em direção ao interior da ilha, sentindo a textura das frutas, e, quando bem vermelhinhas, poder experimentar seu sabor particular.

 
As fotos são de um conjunto no Parque do Flamengo, trazendo a discussão sobre o emprego de árvores frutíferas em projetos de arborização urbana pública, defendido por muitos e contestado por alguns. O exemplo mostra o quanto interessante pode ser esta utilização, desde que observadas as condições que são definidas para o projeto, e  o quanto pode ser enriquecedor para a paisagem, dando aos usuários do parque também uma possibilidade de deleite gustativo, explorando a diversidade das propriedades vegetais.

Entretanto, no Parque do Flamengo, é raro encontrarmos pitangueiras carregadas de frutos maduros, retirados em grandes quantidades por poucos usuários, muitas vezes antes de estarem maduros, desvirtuando as intenções do paisagista autor do projeto, Roberto Burle Marx, de explorar de forma lúdica a degustação das frutíferas ao longo do parque - o que é uma pena!